Diferença entre os tipos de rações para cães e gatos

Atualmente os pet shops oferecem uma variedade muuuuito grande de rações para cães e gatos. Se eu, que estou no 4º ano de veterinária, muitas vezes fico em dúvida entre qual ração escolher para a Leona e para a Cacau, fico imaginando a dificuldade que um proprietário comum tem na hora de encontrar a melhor ração para seu bichano. Mas quais são estas diferenças que existem entre as rações disponíveis no mercado? Acompanhe o texto abaixo, que espero conseguir explicar um pouco mais sobre o assunto :).

Embora esta classificação não seja oficialmente regulamentada, as empresas disponibilizam basicamente quatro tipos de rações: standard (ou de combate), premium, super premium e rações de uso clínico veterinário. Esta terminologia envolve principalmente a qualidade do alimento inserido na ração, que pode influenciar no desenvolvimento do animal, levando em consideração aspectos como por exemplo a digestibilidade, que é a capacidade de o animal conseguir “capturar” os nutrientes da ração e utilizá-los em seu metabolismo.
Mas Luiz, então o que é uma ração standard ou de combate?
Rações de combate normalmente são aquelas destinadas ao público popular, justamente por serem mais baratas e, nesse caso, infelizmente preço quer dizer qualidade. Embora seus nutrientes sejam balanceados, o que a difere das rações premium e super premium é a inferioridade dos alimentos usados em sua composição, o que influencia diretamente na taxa de digestibilidade. Rações standard geralmente usam proteínas de origem animal e vegetal, principalmente farelos de ossos, penas, soja, trigo e milho, o que faz com que seja mais difícil para o animal conseguir utilizar os nutrientes presentes no alimento. Lembrando que embora as rações de combate sejam de menor qualidade, ainda assim é preferível a utilização delas do que a alimentação caseira sem orientação profissional!
E a premium?
A ração premium é um tipo intermediário entre a standard e a super premium. Ela também traz matérias primas de origem vegetal (mais baratas), mas são de melhor qualidade do que as matérias primas usadas nas rações standard.
A super premium é a melhor de todas?
Sim, mas prepare-se para pagar um pouco mais caro por isso. Normalmente as rações super premium trazem alimentos de origem animal e vegetal (em menor concentração) de alta qualidade, como peru, carneiro, peixe ou arroz, o que influencia muito na digestibilidade final da ração. Consequentemente o animal se alimenta melhor e tem uma vida mais saudável, diminuindo inclusive o odor e a quantidade de fezes eliminadas.
Rações de uso clínico
Existe ainda este tipo de ração que não é tão difundido no mercado nacional, mas tem ganhado bastante peso no cotidiano pet, que são as rações prescritas exclusivamente por veterinários. A vantagem destas rações, é que elas ajudam o organismo a agir contra doenças específicas, como insuficiências renais, cardíacas, obesidade e existem até mesmo rações destinadas para cães alérgicos. Rações destinadas à urolitíase, por exemplo, tem menores concentrações de fósforo e magnésio, o que ajuda a controlar o pH urinário e evitar infecções, comuns em felinos. Já em outros casos, a adição de taurina pode ajudar a prevenir problemas cardíacos.
É nesse ponto que eu indico as rações Equilíbrio Veterinary, da Total Alimentos, que possui uma linha completa de alimentos destinados às principais doenças sistêmicas de animais de estimação. E você, já conhece a Equilíbrio? Não perca tempo e clique aqui para saber mais sobre esta opção na sua rotina diária! 🙂

Review Animal Practice – Piloto

Finalmente estreou a nova série da NBC que estávamos esperando ansiosamente, Animal Practice. Como todo bom série-maníaco, não pude deixar de conferir o episódio piloto e vir aqui contar a minha opinião para vocês :).
Spoilers abaixo: 

Se havia uma série que eu roí as unhas para começar a assistir foi Animal Practice. Pudera, já que House nos deixou no começo do ano, e estava sem nenhuma série médica para passar o tempo (não, eu não assisto Grey’s Anatomy! haha). A NBC divulgou sua nova comédia como uma nova House M. D., porém, com um diferencial: ao invés do médico ranzinza, teremos um veterinário. Fiquei com um pouco de receio, pois apesar do sarcasmo de Hugh Laurie ser hilário, não imaginaria uma série do tipo médica como comédia em si. Mas no final das contas confesso que aprovei o resultado!
Levei um choque logo no início do episódio, quando percebi que trocaram a protagonista e, consequentemente, todas as cenas vistas nas promos também foram refeitas com texto praticamente idêntico. Enfim, menos mal. Todas as outras personagens permaneceram inalteradas, a não ser pelo nome da macaquinha, que antes era alguma coisa parecida com “Zeux” haha, e agora se chama Rizzo.
A história gira em torno do Hospital Veterinário CRANE, administrado pelo médico veterinário George Coleman, até que sua ex-namorada Dorothy o recebe de herança e resolve tomar posse do estabelecimento. Dorothy resolve botar ordem no galinheiro (literalmente, haviam até galinhas no hospital!) e isso fere o orgulho de George, que decide abandoná-lo. Isso tudo até ele perceber que lá é o seu lugar e decidir voltar a trabalhar no CRANE.
O enredo em si é bacana, mas me pareceu muito atropelado devido ao formato de 21 minutos, comum em comédias norte americanas. Achei que foi tudo meio rápido, mas no final das contas isso é bom, pois nem senti o tempo passar, até acabar o episódio e eu exclamar “MAIS JÁ?!”. 
O que não gostei no roteiro foi que pecaram na consultoria em relação à medicina veterinária em si, e isso foi basicamente em duas cenas. A primeira é quando dois vets vão fazer a cesariana da tigresa, e saíram correndo paramentados no corredor. A segunda é quando George e Dorothy estão realizando a gastrostomia/enterotomia sem máscara. Andei lendo alguns comentários dos veterinários gringos e eles ficaram realmente muito bravos com as cenas. Mas, se depender de mim, não estou nem aí, os caras tem uma infra estrutura enorme e são muito bem reconhecidos, não vejo tanto caso pra mimimi, eu mesmo irei assistir o programa para me divertir e não ficar procurando defeito alheio :).
Em relação aos atores, achei que convenceram muito bem. Confesso que fui mais com a cara da antiga protagonista hahaha, mas nada que alguns episódios não resolvam. É claro que Justin Kirks ainda não é nenhum House da vida, mas convenceu muito no papel do Dr. Coleman, e soube dosar caricaturas de humor e seriedade ao mesmo tempo. As outras personagens também não ficam para trás, só de olhar para  a cara daquela havaiana e do japonês já me dá vontade de rir, hahaha.
As principais cenas de comédia foram mostradas na promo principal, mas isso já era de se esperar, devido ao curto tempo da série. Mas do mesmo jeito, ri igual um idiota da cena em que o George explica a diferença das raças e das mulheres para seu amigo!
Vi gente reclamando sobre a insinuação de animais selvagens/silvestres no programa com incitação para domesticação. Não vejo dessa forma, e na boa? Quem quer ter um bicho desses em casa vai correr atrás independente do programa ou não. Nunca vi uma patricinha com uma cobra, um macaco, muito menos um papagaio que é mais comum. Se for assim, por que não reclamam de filmes como “Rio”, que mostram araras  , papagaios e outros animais majestosos? Acho que é questão de opinião, maaas eu pelo menos não vejo problemas. But, hatters gonna hate.
Enfim, ótima pedida para esta fall season, aguardando ansiosamente pelo segundo episódio, que deve vir só lá por meados de outubro! E vocês, o que acharam?

PS: Não poderei divulgar lugares para download aqui no blog pois se caracteriza pirataria, mas o episódio poderá ser comprado na apple store! Se você morar nos EUA ou tiver um proxy de lá, poderá assistir através do próprio site da NBC, clicando aqui.

Desenhos que marcaram nossa infância

Todo mundo aqui já foi criança um dia né. E é claro que todos tinham seus desenhos prediletos, seja no “Sábado Animado” ou na “Tv Colosso” hahaha. Eu, como futuro veterinário (mesmo que ainda não soubesse), sempre gostei de desenhos com animais. Aí eu pensei… “por que não fazer uma postagem nostálgica?”, afinal, eu assisto desenho até hoje hahahaha, e algumas personagens marcaram minha vida, e tenho certeza que marcaram a sua também!
Que tal relembrar algumas aberturas de desenhos, com animais, que marcaram nossa infância? 😀

Quem nunca gritou “Scooobbyyyy Dooooo, cadêêêê vocêêêêê???” deve ter sido uma criança frustrada ahahah! Não poderia começar a lista sem nosso querido Scooby, afinal, existe um dog alemão mais simpático que este?
Melhor ainda era este seu spin-off “O pequeno Scooby-Doo“, sei cantar a musiquinha até hoje!


Eu nunca fui muito fã de Cãezinhos do Canil porque achava um desenho meio tonto hahaha, mas confesso que assistia! Aposto que foi a inspiração de muitos protetores de hoje em dia, e não podia deixá-los fora da lista…


Este aqui é old school, muuuito old school. Tão old school que eu não lembro de nada, só lembro que eu assistia hehehe. Maaas, tenho certeza que marcou a infância de muita gente, principalmente das amazonas, que piram no Cavalo de Fogo!


Cocoricó era sensacional! O pior de tudo é que eu ainda consigo lembrar do Rock Rural, e olha que eu só tinha 5 anos em 1996! Lembro que os bonecos eram toscos demais, mas mesmo assim eu adorava. Nada como ser criança, não é?


De todos da lista acho que Pokémon é o mais novo, lançado aqui no Brasil em meados de 97/98. Tá, hoje em dia eu confesso que vejo um pouquinho de insensatez ao colocar os bichinhos para lutar, mas qual é, Pokémon era febre! Como bom nerd que sou, zerei todos os jogos desde o game boy pocket até o advance hahaha.


Eu não lembro nem onde Coragem o Cão Covarde passava (além do Cartoon Network), mas era muito bom! Um dos clássicos da infância anos 90. “Cachorro idiota!” hahaha


Adivinhem em quem eu pensei na primeira aula de fisiologia, quando tive o primeiro contato com os camundongos de laboratório na faculdade? Merecem estar nesta lista só pelo fato de que em cada 10 camisetas de terceirão, 9 vem estampadas com a frase “iremos dominar o mundo!“.


Eu não poderia terminar a lista sem mencionar a Priscila e sua trupe. Aliás, quem nunca viu uma sheep-dog (ou qualquer outro cachorro peludo) que se chamasse Priscila? hahaha! Tenho um ódio mortal da globo desde o dia em que acordei e não tava mais passando TV Colosso! “Treinei o meu cachorro, pra ser um campeão, e ganhar a exposição…”

É isso aê galera! Espero que tenham curtido a lista de desenhos com animais que marcaram a minha infância. Tenho certeza que esqueci de muitos, mas deu pra sentir um pouco da nostalgia do anos 90. E você? É da década de 70/80? Aproveite e comente os seus desenhos preferidos, que iremos fazer a segunda parte desta lista! :D:D:D

Responsabilidade Técnica com consciência!

Por: Bettina Michalak
 
Durante meu trabalho com inspeção consegui perceber a falta de profissionais que atuam como responsáveis técnicos. Alias, não falta pessoal que se digam responsáveis técnicos, mas falta gente que realmente exerça essa função com consciência e responsabilidade. Responsabilidade técnica com responsabilidade? O próprio nome já não diz que devemos ser responsáveis e conscientes? Infelizmente a realidade não é bem assim.

Pensando nisso, resolvi escrever algo que possa despertar o interesse de vocês quanto a esse assunto, até porque também percebo que muitos colegas não sabem ao certo quais as atribuições para um RT. Muitos professores e coordenadores de curso sequer sabem nos orientar. Nem mesmo nos ditos “cursos de RT” conseguimos adquirir habilidades e competência para desenvolver esse trabalho, como gestão de equipes, noções de biossegurança e higiene ocupacional, administração de recursos, atendimento às normas regulamentadoras, criação de estratégias operacionais e prevenções de acidentes.
O maior desafio dos RTs é realmente entender a sua própria função. Isso de deve muitas vezes a escrita fechada de nossas leis, decretos e resoluções. Deveríamos tentar então, abranger de forma mais prática as funções de um RT, de forma que melhore sua percepção de qualidade e também de gerenciamento. A responsabilidade técnica deve ser usada como uma ferramenta de melhoria de processos em Medicina Veterinária, mas para que isso possa acontecer, você precisa estar realmente capacitado e inteirado do que é demanda em seu segmento de atuação.

 

Quem é o RT? 
É o profissional que deverá ter autoridade e competência para a capacitação de pessoal, elaboração de manuais de boas práticas de fabricação e manipulação, responsabilizar-se pelo controle de qualidade de matérias primas, insumos, produtos finais, procedimentos, metodologias e equipamentos. O medico veterinário RT deverá assegurar-se de que o estabelecimento sob sua responsabilidade encontra-se efetiva e legalmente habilitado ao desempenho de suas atividades. Assim sendo, o RT irá responder judicialmente por qualquer ação civil ou penal ocasionada por quaisquer danos que possam ocorrer ao consumidor, decorrentes de sua conduta profissional, seja por negligência, imprudência, imperícia ou omissão.
Quem precisa de RT?
Indústrias e comércio de produtos de origem animal ou uso animal, entidades profissionais como hospitais, clínicas e demais atividades inerentes à Medicina Veterinária ou Zootecnia são obrigados, por lei, a possuir um RT. Esse profissional irá se tornar responsável pela implantação e monitoramento da qualidade higiênica e sanitária desse estabelecimento.
Porque o Conselho exige a presença de um RT? 
Mais do que uma exigência legal, a manutenção de um RT é uma garantia que a empresa dá a sociedade de que seus produtos ou serviços estão sendo produzidos ou executados sob a supervisão de um profissional habilitado.
Como agir em casos de indução ao não cumprimento do correto exercício das atividades veterinárias?
É muito importante que o RT habitue-se a documentar suas ações. Suas recomendações e determinações devem ser escritas e assinadas por quem a receber. Caso suas orientações sejam desrespeitadas, o profissional terá um material para se defender. Além disso, o profissional deverá denunciar ao conselho eventuais irregularidades, que serão mantidas sob sigilo.
O que pode acontecer se o RT não está presente durante as horas contratadas pelo estabelecimento? 
Os profissionais “calígrafos”, ou seja, aquele que “assina” pela empresa e não acompanha as tarefas pelas quais deveriam responder são frequentes alvos da fiscalização. Caso fique caracterizado que ele não vem comparecendo à empresa, terá de responder a um processo ético que pode resultar na aplicação de multas e na suspensão do exercício profissional.
Qual o relacionamento do RT com os serviços de inspeção e fiscalização?

O RT deverá executar as suas atribuições em consonância com o Serviço de Inspeção Oficial, acatando as normas legais pertinentes, ciente de que as atribuições legais de Inspeção Sanitária Oficial são de competência do Médico Veterinário do Serviço Oficial, distinta das funções de RT.

Os empresários também deverão ver no RT um aliado, com capacidade de agregar valor ao conjunto de ações realizadas pelo empreendimento. O RT possui muitas ferramentas e métodos para criar um vínculo até mesmo com os próprios clientes, uma vez que responde pela qualidade do produto adquirido. Como o papel dos RTs é de orientar e esclarecer dúvidas, ele poderá personalizar o atendimento do estabelecimento que o contrata, criando um ambiente propício à fidelização.

A falta de compreensão da importância do RT não cabe somente aos médicos veterinários, mas também aos proprietários dos estabelecimentos, que não sabem os benefícios que podem ter quando existe o correto desempenho das funções pertinentes a responsabilidade técnica. O profissional e o proprietário que está atento as mudanças cotidianas consegue perceber a modernidade que elas trazem, e preparados, conseguem adequar-se às necessidades atuais do mercado.

Portanto, empresários, exijam que o profissional contratado como RT ofereça seu conhecimento, e assim aumentar lucros, reduzir custos, fidelizando clientes, fornecendo conhecimento ao seu corpo de funcionários, e implante uma garantia de qualidade. E aos RTs, que conheçam profundamente a área de sua atuação, conheça as legislações desse segmento, bem como as legislações ambientais.

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A responsabilidade técnica nesses estabelecimentos que produzem ou manipulem produtos de origem animal, ou de atividades relacionadas ao exercício da nossa profissão é privativa do médico veterinário. Deveríamos respeitar mais a nossa classe, não sendo coniventes com atitudes de nossos “colegas” que estragam nosso mercado de trabalho, aceitando realizar qualquer trabalho, por qualquer preço, somente assinando o contrato e nem ao menos orientando quanto ao que é certo ou errado. Com esse cenário, outros profissionais poderão vir a exercer essa função com efetividade e responsabilidade, tirando de nós o que é nosso de direito.

Bettina Bastos MichalakMédica Veterinária
Além de ser leitora assídua do Vet da Deprê, Bettina é Médica Veterinária formada pela PUCPR há 1 ano. Hoje trabalha em Santa Catarina como Gerente Técnica do Departamento de Inspeção Estadual – DIE.