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Diferença entre Especialização x Residência x Mestrado

Quando nos formamos ficamos meio perdidos em relação à nossa qualificação profissional. Isso porque o mercado nos enche de opções de pós-graduações e não é fácil escolher a que se encaixa melhor para nós. Por isso, resolvi fazer esse post com o intuito de elucidar a diferença entre as principais pós disponíveis no Brasil: especialização, residência e mestrado.

Antes de mais nada temos que saber a diferença entre as pós-graduações lato sensu e stricto sensu. No latim stricto sensu significa “sentido específico” enquanto lato sensu significa “sentido amplo”. Nas pós-graduações elas se divergem no quesito relacionado principalmente à pesquisa: enquanto a stricto sensu se dedica à formação de pesquisadores em mestrados e doutorados a lato sensu é voltada à formação de profissionais especializados por meio de especializações.

Nas especializações temos principalmente três modalidades diferentes: as especializações per se, as residências médicas e os MBAs. Nos Estados Unidos o MBA significa Master of Business Administration, sendo considerado realmente um mestrado em negócios. Porém, no Brasil não há regulamentação para essa modalidade, fazendo com que ela se encaixe como uma simples especialização com carga horária mínima de 350 horas. As especializações têm o intuito de aprofundar o conhecimento em um determinado tema durante um ou dois anos, também com carga horária mínima de 350 horas – embora alguns cursos possam chegar até 600 horas. É importante frisar que ao realizar uma especialização você não obtém o título de especialista, para isso é necessário uma prova à parte realizada pelo colégio brasileiro daquela especialidade. Por último estão as residências médicas, que também são especializações, mas com treinamento prático supervisionado. Nesta modalidade a carga horária chega a 5700 horas, realizadas em dois anos. Para vocês terem uma ideia, o curso inteiro de medicina veterinária possui 4700 horas, com a duração de cinco anos!

Já as stricto sensu são realmente voltadas à pesquisa em universidades e formação de cientistas, com mestrados e doutorados. Possuem uma carga horária muito mais ampla, geralmente com dedicação exclusiva, com dois anos anos para o mestrado e até quatro anos para o doutorado. No Brasil existe a modalidade de mestrado e doutorado profissional, voltados para a indústria e atuação no mercado, porém ainda é pouco difundida.

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Mas, para você que acabou de sair da faculdade, qual escolher?

A minha dica, na maioria dos casos, é: tente fazer residência. A gente sai muito cru da faculdade e com pouquíssimo conhecimento prático. Essa prática nós iremos aprender apenas no mercado de trabalho ou na residência, sendo essa última um catalisador da nossa vivência profissional. Hoje encontramos residência em praticamente todas as áreas da medicina veterinária, desde clínica à inspeção. Talvez a única área que não se encaixe é a produção animal, mas nesse caso a residência em clínica de grandes animais sempre é de grande valia.

Para um ótimo aproveitamento dos cursos de mestrado e especialização é interessante que o aluno tenha essa experiência profissional prévia, para que amplie os seus horizontes e não tenha a cabeça fechada somente para aquela especialidade ou mesmo linha de pesquisa. Essa experiência pode ser obtida por meio do próprio mercado de trabalho ou da residência.

Eu mesmo, se tivesse saído direto da graduação para o mestrado iria ser muito “tapado”. A minha pesquisa poderia sim ser excelente, mas minha visão de mundo acerca da profissão estaria completamente distorcida. Até mesmo porque o trabalho prático, além do conhecimento, nos dá muita experiência de vida. No final das contas, essa pode ser a diferença entre você ter uma ótima vivência profissional ou não, :).

 

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Criou o Vet da Deprê em 2011, quando ainda estava na faculdade. Hoje é Mestrando em Ciência Animal pela Universidade Estadual de Londrina. Gosta muito de marketing digital, é cachorreiro nato e não dispensa um bom livro. Instagram: @lgcorsi

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