Diário de um estudante de veterinária

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Olá, pessoas.

Como esta é a minha primeira postagem neste Blog, permitam-me que faça as devidas apresentações!

Meu nome é Mônica Fettback, mas podem me chamar de Mô. Estou cursando Medicina Veterinária como minha segunda graduação. Tenho 29 anos, sou casada e moro em Caucaia do Alto, Cotia, e estudo na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo capital, à noite. Além de acadêmica e empresária (sim, tenho que trabalhar duro, afinal, tenho 20 cães e outros bichos pra sustentar, além da casa, e meu marido não é rico… ao menos não ainda, né amor? Rsrsrs), crio cães (como hobby, não vivo disso!) e tenho váááários outros bichos em casa.

Desde criança sonhava em ser Veterinária. Sempre gostei de bichos, sempre gostei de entranhas e sangue – kkkk – mas quando terminei o colegial (é, este era o nome do atual ensino médio) deu uma bobeira e não me achei madura o suficiente para cursar uma graduação em que eu precisasse lidar com a questão de vida e morte. Tinha firme na minha cabeça que “o primeiro que morresse na minha mão, eu iria junto”, então fui cursar algo na área de Humanas, onde não mataria ninguém… 🙂

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A indústria da carne é “vilã” ou “mocinha”?

Publicação desse tipo sempre gera polêmica, porém, antes de mais nada eu “retiro as luvas de box e saio do ringue” pois essa publicação não é de alguém que está convicto em arrumar uma boa briga, convertendo vegetarianos/veganos à religião dos amantes de churrasco, esse texto talvez nem esteja sendo redigido à você. Absolutamente não! Meu intuito aqui é outro. Todavia, eu espero alcançar aqueles falsos moralistas que condenam o consumo de carne e que muitas vezes utilizam bolsa de couro, mascam chicletes, usam creme rejuvenescedor, alimentam seu cachorrinho com ração, etc., todos obtidos de fonte animal

Já ouviram falar da ecologia rasa e profunda? Tenho notado as pessoas se agarrarem com força numa ecologia rasa e dizerem com orgulho que são socialmente, ambientalmente e (…mente, etc.) corretas. Por exemplo, empresas de automóveis “preocupadas” com o impacto ambiental devido à queima de combustíveis fósseis têm lançado carros parcialmente movidos à energia elétrica, um modelo híbrido diria de passagem, mas que funciona em certa autonomia sem queimar combustível. Você acha que isso é ecologia rasa ou profunda?

Esse é um caso de ecologia rasa, pois elas estão tentando amenizar um problema mas estão se “esquecendo” de outros que, potencialmente, podem causar impacto no meio ambiente, como o pneu (derivado do petróleo). Se fôssemos aplicar a ecologia profunda a mudança, como o próprio nome diz, seria profunda. Em outras palavras, ir a pé para o trabalho já seria a aplicação dessa ecologia. Estamos preparados para isso? (Entenda mais sobre ecologia rasa e profunda)

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Economia verde (foto: Eco4U)

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Médicos e veterinários do bem

Foi publicado no site da ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais) um artigo intitulado como “Médicos ou veterinários do mal?” (clique para ler) onde foi exposta de forma errônea a atuação do Médico Veterinário desde seu trajeto na faculdade até a sua formação e atuação na vida profissional.

O artigo atingiu todos da classe veterinária sem fazer qualquer distinção, apunhalando todos envolvidos na profissão com acusações duras e má formuladas, cheias de ódio, informações e referências erradas. Quem realmente vive e ama a veterinária, ao ler tais barbaridades e insinuações em forma de frases, creio que sentiu no fundo da alma a tristeza que a falta de respeito traz.

Todos pensam que o estudante de medicina veterinária foi induzido a fazer tal faculdade pelo amor que sente pelos animais. Com certeza este fato é muito importante para tal decisão, porém, não é o único. Medicina veterinária é ciência e vai muito além do carinho e do amor pelos cachorrinhos e gatinhos.

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Fonte: driggsvet.com

Durante a trajetória do curso é muito explanado sobre ética profissional e bioética, inclusive na grade tem um espaço dedicado a essa matéria, que é onde se determina como nós, médicos veterinários, temos que agir racionalmente e prudentemente. Embora cultivamos todo amor, do cuidado e dedicação com os animais, temos uma obrigação que vai além desses sentimentos, que é o respeito e a valorização da vida animal.

Código de Ética do Médico Veterinário é um instrumento normativo do Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV – que foi feito para adequar o exercício e caráter profissional com direitos e deveres para a prestação de serviço de excelência ao paciente, ao proprietário e à comunidade em geral. A moral do profissional se fundamenta no cumprimento e obediência dessas regras.

Em relação ao artigo da ANDA, citado acima, temos a opinião do blogueiro Humberto Cunha, a seguir, que tem domínio e experiência na área alimentícia, para ressaltar pontos importantes abordados nas declarações feitas pelo autor do artigo:

O escopo do autor, ao redigir o texto, foi simplesmente atacar todos aqueles que vão contra seus princípios ético-profissionais. Se você ainda acha que somos veterinários do mal, façamos a seguinte reflexão:

  • Por um momento imagine que, a partir de amanhã, não houvesse mais médicos veterinários na indústria da carne (criticados pelo autor). Quais seriam as consequências?

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Laços da faculdade

Quando percebemos que estão chegando os últimos momentos de ir para o mesmo lugar todas as manhãs, de falar sobre os mesmos assuntos, de comer a mesma coxinha engordurada da cantina, das noites mal dormidas nas vésperas de provas, vem a sensação de que um ciclo está se fechando e uma difícil tarefa esta sendo concluída. Vem também uma avalanche de sentimentos, medoscuriosidades e inseguranças quanto ao futuro que nos aguarda.

Não sei dizer como será esse futuro misterioso que está se aproximando, mais rápido do que nunca, mas sei que aprendemos muito até aqui. E grande parte disso, além dos ensinamentos dos professores, devemos aos nossos amigos que nos dão liberdade para ser quem realmente somos, sem críticas e preconceitos. Nos ajudam a moldar nossa personalidade, nos preparando para enfrentar o que vem pela frente, extraindo nossa essência mais íntima e nos fazendo acreditar que podemos ser tudo aquilo que um dia sonhamos.

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