Faceira, Sebastian e Dante

(clique para ampliar)

Essa dorminhoca se chama Faceira e sua dona é a Amanda Garlonetti. A faceira é uma mistura de lhasa com shih-tzu e tem 1 ano e 7 meses. Adora brincar com seus brinquedinhos, principalmente com seu ursinho de pelúcia, adora também comer frutas e verduras e não dispensa uma bananinha de café da manhã!

Esse beta se chama Sebastian e seu dono é o Robeson Devilla. Estudando bastante fisiologia pelo jeito, né? hahaha

A Mariza é a dona do Dante, mais conhecido como “Gordo” ou “Boião”. O Dante entrou na casa da Mariza há mais ou menos 3 anos, bem magrinho e super arisco. Desde então ele foi ficando, ficando e agora é o chefe da casa.
Ele é super carinhoso, mas passa a maior parte do tempo dormindo!
Fora ele a Mariza tem mais 3 gatinhas e 2 cachorras, ela queria mandar foto de todo mundo, mas pelo visto eles não se dão muito bem! hehe
Mais fotos do Dante logo abaixo

Diário de um estudante de veterinária #2

Em julho do ano passado, eu decidi que tomaria um rumo na minha faculdade, e resolvi fazer estágio no HV. Então eu ia, por duas semanas, toda feliz para o meu estagiozinho na Clinica Médica de Pequenos Animais.

Um belo dia, no período da tarde (onde eram atendidos apenas casos novos) chegou um  casal. Ele, o estereótipo do fazendeiro que toda  mulher um dia gostaria de casar: alto, musculoso, óculos estilo aviador, caminhonete. Ela, a típica patricinha que só estava com o cara por causa do dinheiro dele: megahair, muitas joias, corpo resultado de horas de academia. Daí você pensa que eles estavam levando um pittbull, ou um boxer, ou então um blue heeler, não é? Errado! Eles estavam levando um poodle para consulta (na ficha falava que era um sheepdog, mas se aquele animal era um sheepdog, minha vira-lata é um perfeito Pastor Alemão).

A consulta, ao início, corria muito bem: proprietário estava colaborando bem (ele falava que era veterinário, porém só trabalhava com grandes animais e não lembrava nada de pequenos). Sua queixa principal era que o animal estava apático. Ele havia levado outros exames que o cãozinho havia realizado e explicou que ele já teve casos anteriores de erlichiose… Tudo lindo! Quando eu terminei a anamnese as reclamações começaram: “Por que o atendimento aqui demora tanto? A gente chegou ao meio dia e só foi atendido agora!”. Eu, ainda no auge da minha calma e paciência expliquei: “Aqui, por ser um hospital – escola, precisa da supervisão dos professores, além do mais, só estamos com uma residente atendendo, e aqui no ambulatório do lado tem um gato que é considerado estado de emergência, porque corre risco de vida” (era um gato com PIF, mas essa é outra história!), ele se mostrou compreensível e parou de reclamar. Foi coletado sangue para hemograma, e pedimos para o proprietário esperar o resultado sair.  Daí o inferno começou pra valer…

Quando o hemograma saiu, com VG de 5%, e a contagem de reticulócitos zerada, a residente chamou o proprietário e explicou pra ele o que estava acontecendo, que provavelmente o animal dele estava com uma anemia aplástica e, que por causa do baixo número do VG, teria que fazer umas transfusão. Ele concordou em fazer, e os estagiários (no caso eu e mais uma amiga minha) ficaram encarregados de achar um doador de sangue. A gente conseguiu esse doador era mais ou menos 16h, e só conseguimos acabar de coletar o sangue, mais ou menos umas 17h (como eu disse, só havia uma residente, e como a cadela que a gente tinha era de um projeto daqui da faculdade, não poderia fazer tricotomia, ou deixar o animal com aparência de “doente”. Preferimos não arriscar fazer uma besteira).

Quando voltamos ao ambulatório, com a bolsa, falando que a transfusão iria durar cerca de 2 horas o cara ficou louco, disse que estava indo embora, que morava em outra cidade, que o atendimento do hospital era muito demorado, e perguntou por que a transfusão  demorava tanto (veterinário que entende muuuito, perceba!) . A residente tentou explicar os riscos de deixar o animal no estado que ele estava, e também explicou o porque de demorar tanto. Ele não quis saber, começou a ser grosso com a residente, e disse que era veterinário de grandes animais formado na UEL (fez questão de falar faculdade!), se ele não poderia levar a bolsa de sangue pra casa, e fazer a transfusão lá. Nesse instante a reação de todos foi algo do tipo: “WHAAAAAAAAT????”  mas ficamos de conversar com a coordenadora do hospital para autorizar… Quando encontramos ela, a professora estava com  um saco que dentro  havia dois testículos recém tirados… Contamos todo o rolo com o proprietário e ela só falou uma frase: “Ele não vai levar a bolsa!”. Voltamos e contamos isso pra ele, e como já era esperado, o homem ficou revoltado e começou a gritar com a gente… Nesse tempo o professor da clínica médica apareceu e disse que poderia fazer um atestado, livrando o hospital da responsabilidade  de qualquer reação adversa que o animal tivesse . Já eram umas 18h30 mais ou menos.

Enquanto o professor digitava o atestado, fomos coletar uma amostra de sangue para fazer o PCR para erlichia, mas para ajudar mais ainda na revolta do nosso amigo, a estagiária (que não era eu!) resolveu coletar o sangue da cefálica, achando que o volume iria dar… No fim a veia estourou. Depois de ver isso o cara tirou o cachorro da mesa, falou que ia embora e bateu a porta do ambulatório quando saiu.


Depois de conseguir irritar um hospital INTEIRO, ele foi pagar pelos materiais utilizados, e pra variar, foi de uma delicadeza incrível com a secretária, e começou a gritar na frente do hospital xingando tudo e todos.  Nessa mesma hora (eram umas 19h aproximadamente) estava chegando um Pastor Alemão da Policia Militar, em uma viatura da policia, o policial viu toda a movimentação, e aquela pessoa delicada gritando na secretária, e falou uma única frase que fez o proprietário se retirar com o rabo entre as pernas: “Tá acontecendo alguma coisa por aqui?” “Não senhor, já estava de saída”.

E a mulher que estava acompanhando ele? Ficou com uma vergonha tão grande do acontecimento que tentava tirar o marido daquele lugar o mais rápido possível.

Hoje eu não sei o que aconteceu com o “sheepdog”, mas eu espero que esteja bem.



Bárbara da Costa Osório
Bárbara é acadêmica do 4º ano de Medicina Veterinária na UNESP, Campus de Araçatuba.

Diário de um estudante de veterinária

Olá, pessoas.

Como esta é a minha primeira postagem neste Blog, permitam-me que faça as devidas apresentações!

Meu nome é Mônica Fettback, mas podem me chamar de Mô. Estou cursando Medicina Veterinária como minha segunda graduação. Tenho 29 anos, sou casada e moro em Caucaia do Alto, Cotia, e estudo na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo capital, à noite. Além de acadêmica e empresária (sim, tenho que trabalhar duro, afinal, tenho 20 cães e outros bichos pra sustentar, além da casa, e meu marido não é rico… ao menos não ainda, né amor? Rsrsrs), crio cães (como hobby, não vivo disso!) e tenho váááários outros bichos em casa.

Desde criança sonhava em ser Veterinária. Sempre gostei de bichos, sempre gostei de entranhas e sangue – kkkk – mas quando terminei o colegial (é, este era o nome do atual ensino médio) deu uma bobeira e não me achei madura o suficiente para cursar uma graduação em que eu precisasse lidar com a questão de vida e morte. Tinha firme na minha cabeça que “o primeiro que morresse na minha mão, eu iria junto”, então fui cursar algo na área de Humanas, onde não mataria ninguém… 🙂

Aíííí, depois de alguns (vários) anos (pois me formei em 2003 na primeira faculdade), resolvi finalmente realizar o sonho de cursar Medicina Veterinária. Isso só foi possível com o apoio da família (pai e mãe) e também do meu marido, para quem sobrou cuidar sozinho dos nossos cães à noite, enquanto estou na aula. Outro fator determinante foi a atual existência de cursos noturnos aqui em São Paulo. Optei pela Anhembi Morumbi pela carga horária pouca coisa menor que a da USP (mesmo sendo noturno, o curso é bem puxado) e pela estrutura da Universidade. O preço da mensalidade é que é uma facada básica… rs… mas vamos deixar essa parte deprimente pra lá!

Estudar à noite tem suas coisas engraçadas. Uma delas é que a faixa etária é um pouco mais alta do que os cursos matutinos e integrais, e não é raro encontrar pessoas já graduadas em outros cursos. Na minha turma, por exemplo, tem uma engenheira e uma médica humana! Acreditam? Pois é… Pessoal que depois da vida estabilizada, resolveu se meter nos bancos da graduação outra vez… hehehe
Enfim.

Este semestre, para mim, é o 7º de 10. As disciplinas que temos neste período lá na UAM são: Clínica de Pequenos II, Clínica de Grandes II, Clínica de Aves e Suínos II, Clínica Complementar ao Diagnóstico II e ITPOA II. Tem também a disciplina de Gestão em Medicina Veterinária II, q é sobre administração de negócios da área veterinária e etc, mas graças à minha primeira graduação, estou em vias de conseguir ser dispensada desta matéria. Aleluia! Rs

A parte interessante de estudar à noite é que nossa aula começa depois de um dia estressante de trabalho, para a maioria de nós. Muitos chegam atrasados pelo trânsito louco do fim de tarde em São Paulo, ou porque os respectivos chefes resolveram pedir hora-extra, ou ainda porque estavam em reunião… Mas, entre mortos e feridos, salvam-se quase todos.

Minha turma começou bem grande, com mais de 40 alunos no 1º semestre, mas hoje somos por volta de 20. Isso porque uma boa parte destes 20 e poucos têm DP’s por fazer ou cursando em outros períodos, o que já demonstra que poucos resistem ao curso puxado e, claro, à mensalidade mais puxada ainda… rs

Sou – e sempre fui – um tanto quanto exigente comigo mesma em relação a notas e aproveitamento daquilo que estou estudando. Tá, outro nome pra isso é CDF, mas não é beeeeem o meu caso… Rs. Semestre passado passei um sustinho básico em Clínica de Aves e Suínos I e este semestre prometi a mim mesma que não deixaria isso acontecer outra vez (mas ô materiazinha triste, essa…)! Então estou sendo BEM mais assídua (não é fácil dirigir 70 km de ida e 70 km de volta todo dia para ir à faculdade! A preguiça é algo que existe na vida das pessoas!) e procuro não faltar “à toa”… Mas confesso que tem dias em que isso é difícil!

Ontem foi um destes dias. A aula de Clínica de Grandes vai ter de ser copiada do caderno da minha querida amiga Flá Passoni… Porque me faltou coragem para sair de casa naquele calorão de mais de 30 graus, pegar o carro e ir até São Paulo, encarar trânsito, mais calorão… Ah! Acabei ficando por aqui!


E hoje a aula é de Clínica de Pequenos. Estamos no módulo de Dermatologia e temos um “trabalhinho” (questionário) sobre uso de doramectina em cães e sobre tratamento de sarna demodécica. Tá aí outra coisa, quem vem pra veterinária achando que vai se livrar dos números está muuuuuito enganado, viu! É no cálculo  de doses que eu vejo muita gente se dar mal, então crianças, a minha dica do dia é: saibam fazer contas de mais, menos, vezes, dividido e a boa e velha “regra de três”, porque sem isso não se chega a lugar algum… hehehe

Mega-beijo a todos!!!

Mô Fettback

Mônica é acadêmica do 7º período de Medicina Veterinária na Universidade Anhembi Morumbi.

Palavras de uma veterinária

Caros leitores futuros veterinários. Estou aqui escrevendo não somente para incentivar os futuros acadêmicos dessa maravilhosa profissão, mas também os que já estão caminhando para a merecida e emocionante hora do “outorgo-lhe o grau de médico veterinário”.
Estou formada já faz um ano pela PUCPR. Durante meu curso, senti na pele que o amor pelos animais não é o suficiente para nos tornarmos verdadeiros médicos veterinários. É necessário entende-los. E não tiro a importância de termos um pouco de sangue frio.

Isso sem contar que precisamos de paciência. Estudar todas as espécies e suas particularidades não é mole. Anatomia, Imunologia, Bioquímica, Patologia e Clínica Médica e Cirúrgica. A caminhada é longa e cheia de obstáculos.
Provas, trabalhos, aulas práticas, estágios e plantões. Cansa. Mas não há sensação melhor nesse mundo de conseguir, a cada semestre, nossos objetivos, e assim aprender, e aperfeiçoar. Se eu tivesse a oportunidade de fazer novamente o curso todo da veterinária, com certeza eu faria.
Vi muitos desistirem. Vi muitos indecisos. E vi a maioria não fazendo a menor idéia de qual área deveriam seguir. Eu mesma me encaixo nesse perfil. Decidi optar pela inspeção de produtos de origem animal no último ano de curso, onde percebi a importância da nossa profissão na saúde pública, e também o reconhecimento e a falta de pessoas interessadas nessa área. Até pelo fato de que é uma carreira que, apesar de promissora, muito difícil.  E eu gosto de desafios! Não fiz exatas pois odeio matemática. Não fiz direito pois não gosto de leis. E não é que hoje, uso a matemática diariamente para estudos de viabilidade, e meu emprego depende de estar sempre atualizada quanto os aspectos legais vigentes.

Os veterinários de hoje em dia precisam ser multidisciplinares. Entender de processos, de pessoas e de gestão. Esse é o diferencial. Não desistam, e lembrem-se de que SEMPRE podemos fazer melhor!

Bettina Bastos Michalak – Médica Veterinária
Além de ser leitora assídua do Vet da Deprê, Bettina é Médica Veterinária formada pela PUCPR há 1 ano. Hoje trabalha em Santa Catarina como Gerente Técnica do Departamento de Inspeção Estadual – DIE.