Diário de um estudante de veterinaria #4

Domingo, sete e meia da manhã. Começa a tocar a música Feeling This do Blink no celular. É, mais um dia de labuta está para começar!

Termômetro: confere; Estetoscópio: confere; Lanterna: confere; Tesoura: confere; Gorro e máscara: confere; Guia Terapêutico: confere. Após tudo estar preparado e banho tomado, estava eu no Hospital Veterinário lá pelas 08h15min, atrasado por sinal.
Sou bolsista de Iniciação Científica na minha faculdade, e isso significa que preciso acompanhar os plantões da minha orientadora no pronto socorro da clínica cirúrgica de animais de companhia, ou seja, muitos cães atropelados, muitas piometras e muitas distocias.
Logo que cheguei ao HV, os residentes ja estavam com um cão em decúbito lateral sobre a mesa de internamento. Comecei a acompanhar o exame físico, e pude notar que o abdome estava bastante distendido e rígido. Perguntei à residente sobre o caso e ela me informou que o animal estava com suspeita de tumor em vulva, onde estaria pressionando a uretra e impossibilitando o animal de urinar.
Enquanto isso, no outro ambulatório, outra residente estava atendendo um típico caso de piometra (infecção de útero), que já estava indo para a mesa de cirurgia. Como faço parte de um projeto de piometra, na qual coletamos conteúdo uterino, urina e sangue para análise, aproveitei o caso e fiz a colheita para ajudar a incrementar o numero de animais do projeto. N em projeto de pesquisa é igual coração de mãe, sempre cabe mais um! Haha.
Como durante os finais de semana só funciona o setor de pronto socorro do hospital, pedi a chave do laboratório de microbiologia para o professor plantonista da área e eu mesmo fiz a semeadura. Aproveitamos também e já fizemos cultura de urina da labradora com tumor de vagina, pois estava com muuuita hematúria (sangue na urina), e vai que tem uma infecção concomitante ali? A residente do laboratório até se confundiu na hora de pedir a urinálise, duvidando que aquilo ali fosse “xixi”, hehe.
Terminei de congelar o soro e de fazer as semeaduras lá por meio dia e meia.
Fui almoçar no buteco aqui do lado da faculdade com uma estagiária da UNESP Botucatu que está fazendo estágio aqui em Londrina, muito gente boa por sinal! Um dos pontos que acho excelente na medicina veterinária é essa interatividade que pode haver entre os diferentes estudantes de todo Brasil que você pode conhecer durante o estágio curricular.
Quando voltamos, já estava nos esperando um caso antigo do hospital, mas que aparecera ali com apatia, anorexia e decúbito preferencial. Feito o hemograma: 13% de hematócrito. Foi pedido ao proprietário para entrar em contato com possíveis doadores e os estagiários do banco de sangue foram acionados. Ah, a suspeita foi erliquiose, é claro.
Domingo é um dia engraçado de se fazer estágio. Durante a tarde não aparece absolutamente NINGUÉM no HV. Afinal, meu cachorro que está morrendo consegue aguentar o término do jogo de futebol, é claro.
Ficamos a tarde inteira cuidando dos animais do internamento, da labradora que estava recebendo fluidoterapia até agora e de dois outros filhotinhos que haviam chegado com suspeita de intoxicação por chumbinho. Ainda nesse meio tempo houve outro caso de trauma, mas nada mais grave.
Isso até acabar o jogo né. Lá pelas 8 da noite, quando estávamos quase nos arrumando para ir embora, telefonam no hospital avisando que trariam uma cadelinha com distocia. Tudo beleza, até minha orientadora ouvir que a proprietária administrou 1ml de ocitocina na pequenina pinscher.
Pelo menos o resultado foi positivo: uma cesariana e mais dois filhotinhos ao mundo.
Cheguei em casa já era quase 1 da manhã. Confesso que não consegui acordar no outro dia e matei estágio, mas prometo que da próxima vez eu consigo! Coitado do povo do banco de sangue, que deve ter passado das 4 da manhã, até terminar a transfusão! Hahaha.
Dessa vez foi escrito por mim mesmo! hahahaha


Mel, filhotes da Bilu e Aika

A Júlia da UFSC (Pessoal de Santa Catarina marcando presença aqui, hein?) é da primeira turma e resolveu mandar algumas fotos da Mel. Ela foi adotada ha 5 anos pela Júlia, quando ainda era uma bebezinha. Ela faz a Júlia amar os animais mais do que tudo e é por causa dela que sua dona escolheu amá-los e ajudá-los pelo resto de sua vida.

A Maysa Palazzo é aluna do 5º ano de veterinária em Uberlândia. Ela resolveu mandar algumas fotos dos 5 filhotinhos da Bilu, uma vira-latas deixada na porta de sua casa em pleno dia de Natal.

Essa é a Aika (que inclusive tem facebook) curtindo a página Vet da Deprê. Sua dona Allanna está triste porque irá começar vet em uma faculdade longe de casa e ficará longe da Aika!
Twitter da Allana: @allan0880nalla





Diário de um estudante de Veterinária #3

Antes de começar a descrever meus dias como estudante de veterinária vamos às apresentações.

Meu nome é Diego S. Tavares, natural de Aracaju/Se e como o título dessa coluna já diz, estudante de Medicina Veterinária. Atualmente curso o 5º período numa instituição privada aqui de minha cidade (Faculdade Pio Décimo). Nela, além das aulas habituais, também faço vivência hospitalar as terças, quartas e quintas-feiras em clinica cirúrgica de pequenos animais no período da manhã, já que minhas aulas são a tarde.

Sou membro/coordenador do GEPAS-SE (Grupo de Estudos e Pesquisa de Animais Silvestres de Sergipe) sendo responsável pelo tratamento dos animais silvestres que ao Hospital Veterinário chegam, trazidos por órgãos públicos como a PM Ambiental, os Bombeiros e o IBAMA.  Também sou responsável pelo canil dos cães abandonados no Hospital Veterinário. E como trabalho pouco não vale, criei um perfil destinado aos veterinários do meu estado, os Veterinários Aju.

É isso ae, vamos ao meu dia!

A minha rotina começou (ou não terminou) às 03h30min da madrugada da quarta-feira 07 de março, pois fui à calourada de Medicina Veterinária na noite anterior.

Depois de menos de 4 horas dormidas, acordei às 07 da manhã, para que às 08 eu pudesse estar na faculdade para o estágio em vivência hospitalar na clínica cirúrgica. A cirurgia do dia foi uma osteotomia da cabeça do fêmur, e durou pouco menos de 3 horas, acabando meio dia. Almocei na facul mesmo e logo no início da tarde já estava em sala para assistir a aula de Fármaco (2hrs) e Economia aplicada ao agronegócio, sendo liberado às 17h30min.

Após as aulas fui cuidar dos meus afilhados cães abandonados no canil da faculdade. Fiz curativo em um, alimentei outros três e limpei 3 baias.

Terminados os cachorros, fui fazer o curativo de uma jiboia que está sob tratamento após cirurgia para correção de uma luxação na coluna, devido a um golpe de foice entre o 2º e 3º terço de seu corpo.

Acabei o tratamento dos animais por volta das seis e meia da tarde. Fui comer, pois saco vazio não para em pé. Quando eram sete horas, fui aprender a fazer taxidermia com um grupo de amigos. Um amigo formado e com conhecimento no assunto nos ensinou a técnica em um jacaré de papo amarelo que veio a óbito na segunda anterior. A aula de foi até às 22h30min e somente cheguei em casa às 23h20min.


Se estou cansado? Sim muito, mas também muito satisfeito pois como diria o comercial da rede sanduiches… “AMO MUITO TUDO ISSO!”.

Diego Santos Tavares
Diego é acadêmico do 5º período na Faculdade Pio Décimo, em Sergipe.