Luiz Guilherme Corsi

Criou o Vet da Deprê em 2011, quando ainda estava na faculdade. Hoje é Mestrando em Ciência Animal pela Universidade Estadual de Londrina. Gosta muito de marketing digital, é cachorreiro nato e não dispensa um bom livro. Instagram: @lgcorsi

Curso de auxiliar veterinário: vale a pena?

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Os cursos de auxiliar de medicina veterinária têm se popularizado cada vez mais no Brasil. Com isso, sempre vem a dúvida: vale a pena fazer esse curso de auxiliar de veterinária? A resposta não é tão simples assim. Na verdade, depende…

O primeiro ponto a levar em consideração é que a atividade de auxiliar veterinário não é regulamentada como profissão no Brasil. Não existe uma lei determinando quais são as prerrogativas exclusivas do auxiliar veterinário, como é o caso da Lei nº 5517, de 1968, sobre a profissão de médico veterinário. No entanto, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego reconhece a função de auxiliar veterinário como área profissional enquadrada dentro do grupo “trabalhadores de serviços veterinários, de higiene e estética de animais domésticos”, para fins de registro em carteira de trabalho. Portanto, não é obrigatório cursar qualquer curso para atuar como auxiliar veterinário.

Todavia, mesmo não sendo obrigatório, houve a disseminação destes cursos “técnicos” (atenção: não há nenhuma resolução que defina qual curso é técnico ou não) e de auxiliar por todo país. O grande problema é que, justamente por não haver regulamentação, estes cursos possuíam grande discrepância em carga horária e conteúdo ministrado, especialmente por não ser claro o que o auxiliar poderia realizar e o que seria prerrogativa exclusiva do médico veterinário. Por isso o Conselho Federal de Medicina Veterinária publicou duas resoluções importantes em 2019. A resolução nº 1259, de 28 de fevereiro de 2019, definiu as diretrizes para os cursos de auxiliares de veterinário; e a resolução 1260, de 28 de fevereiro de 2019, definiu os limites de atuação dos auxiliares de médicos veterinários.

Na prática, o que estas duas resoluções quiseram dizer foi “O auxiliar de veterinário pode fazer isso, isso e isso.Aquilo aquilo lá só o médico veterinário pode fazer. Ah! Os cursos que quiserem, nós também realizaremos um acreditamento pelo CFMV e os auxiliares receberão uma carteirinha. Só não pode esquecer de pagar a anuidade do Conselho.”. Como não é profissão regulamentada, o CFMV não pode exigir que os auxiliares façam o registro no Conselho, todavia, se você desejar fazer o registro o seu curso deverá seguir uma série de exigências (explicadas na resolução), como carga horária de 120 horas presenciais e 80 horas de estágio final.

Embora o registro no Conselho não seja obrigatório, isso serviu para dar um chacoalhão nos cursos que estavam sendo ofertados por aí (haviam cursos inteiramente online, acreditem). Porém, com essas duas resoluções, a tendência do valor dos cursos é aumentar bastante. Tenho seguidores que disseram que pagaram até R$7 mil no curso completo, de um ano e meio. E, sendo bastante sincero: não sei se é financeiramente rentável.

Obso Conselho não pode fazer nada contra os auxiliares de veterinária que não têm curso. Todavia, lembrem-se que estes cursos são ministrados por médicos veterinários, e nestes aqui o Conselho pode autuar. Lembre-se que, segundo o Código de Ética, o médico veterinário não pode ensinar práticas exclusivas do veterinário a não veterinários ou pessoas que não estejam na graduação. E aí, você que é médico veterinário e professor de curso de auxiliar que não é registrado, o Conselho pode pegar no seu pé.

Mas aí vem a pergunta: para quem são os cursos de auxiliar de médico veterinário?

Eu recomendaria esse curso em dois casos. Primeiro seria aquela pessoa mais jovem, com seus 17 a 20 anos e que ainda não tem certeza se a veterinária realmente é aquilo que ela deseja realizar para o resto da sua vida, que está insegura com o mercado de trabalho ou mesmo aquela pessoa que não sabe se dará conta de atender um paciente em caso grave. Com o curso de auxiliar de veterinário ela poderá ter um contato mais próximo com a profissão, poderá ver como são realizados os atendimentos e ainda conviver com médicos veterinários e estagiários de medicina veterinária para tirar dúvidas. Aliás, se você tem medo de sangue e quer ser veterinário, recomendo ler este artigo aqui.

Algumas pessoas sempre me falam “Luiz, eu quero fazer faculdade e ser médico veterinário, mas não consigo pagar a faculdade agora, vale a pena eu fazer o curso de auxiliar?“. Se você pensa em fazer faculdade no curto a médio prazo, ali nos próximos 3 a 4 anos, minha resposta é: não. Digo isso porque a inserção no mercado de trabalho para os veterinários já está bastante complicada, para os auxiliares está pior ainda. É só você ler os comentários do vídeo que postei em nosso canal do youtube, na qual dezenas de auxiliares relataram que está muito difícil conseguir emprego. Nesse caso, não acho que valha você fazer um curso de um ano, pagar alguns milhares de reais, sendo que em poucos anos você estará na faculdade.

Porém, existem aquelas pessoas que precisam trabalhar, garantir o seu sustento e que talvez não tenham tempo ou condições de bancar uma faculdade de veterinária. Aí sim eu recomendaria o curso, porque você estará intimamente ligado à profissão, auxiliará os médicos veterinários e terá contato próximo com os pacientes.

A questão para todos que estão pensando em realizar o curso de auxiliar de veterinária é: procurem escolas de qualidade. Não gastem dinheiro em cursos de 10, 20, 30 horas, muitas vezes apenas pela internet, sem parte prática. Procurem instituições reconhecidas no mercado, aproveitem essa acreditação do CFMV e escolham escolas registradas. Se possível tentem conversar com ex-alunos do curso para saber como ele é, e como estas pessoas estão trabalhando hoje. Lembrem-se também que a sua inserção vai muito além do diploma: enquanto fizerem o curso, façam o máximo de networking possível e peçam indicações para os seus professores, pois eles, mais do que ninguém, poderão te ajudar a conseguir uma vaga tão esperada naquela clínica top![/vc_column_text][vc_empty_space][vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=yBQOi2JMeKU”][/vc_column][/vc_row]

28 regras de convivência para médicos veterinários

Todo mundo sabe que trabalhar em equipe é complicado, especialmente quando tem muita gente, por isso, nós preparamos um manual de regras de convivência para você pregar na parede do internamento da sua clínica xD

Regras de convivência

  1. não pode roubar a caneta do colega
  2. terminou a cirurgia, tira o lixo do centro cirúrgico
  3. pediu o termômetro do estagiário, tem que devolver (e limpo!)
  4. proibido deixar a pisseta vazia na bancada por preguiça de encher
  5. não pode chamar o coleguinha para anestesiar 5 minutos antes de ir embora
  6. não pode virar o papelzinho do carimbo do colega sem ele ver
  7. não pode jogar álcool no cofrinho do colega
  8. não pode furar o estagiário na hora de coletar sangue
  9. não pode pedir pro ultrassonografista dar só uma olhadinha
  10. não pode deixar ampola e seringa de vacina em cima da mesa depois de vacinar
  11. não pode carimbar a cara do colega com o carimbo do CRMV enquanto ele dorme
  12. não pode esquecer a lâmina do bisturi depois da cirurgia
  13. não pode embolar os fios e a lâmina do bisturi depois da cirurgia no meio do pano de campo
  14. não pode pedir pro estagiário procurar linha alba na farmácia
  15. não pode colocar gel de ultrassom nas maçanetas do hospital
  16. não pode fingir que está no banheiro pra passar a consulta do gato pro coleguinha
  17. não pode deixar a máquina de tricotomia suja depois de usar
  18. não pode acabar com a medicação da farmácia e colocar a culpa no colega do plantão anterior
  19. não pode esquecer o material de cirurgia sujo em cima da pia
  20. não pode internar paciente sem prescrição
  21. não pode prender o colega dentro da baia e esquecer
  22. não pode comer a marmita alheia que tá na geladeira
  23. não pode esquecer marmita na geladeira
  24. tem que passar o plantão com o acesso dos pacientes viáveis
  25. quem controla o ar condicionado é quem está anestesiando
  26. não pode guardar focinheira babada dentro da gaveta
  27. tem que dar coca-cola e chocolate na sexta-feira pro coleguinha que passou a semana inteira de plantão
  28. não pode peidar no consultório do colega e sair antes do próximo atendimento

E aí, qual regra faltou? Deixa nos comentários pra gente se divertir junto! xD

Filme Meu amigo Enzo – mais um filme pra você desidratar chorando

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Há muitos anos eu li um livro que me marcou muito e se tornou um dos meus livros favoritos: A Arte de Correr na Chuva. Tanto é que já fiz resenha em texto e em vídeo no meu antigo vlog. E, para a minha surpresa, vi o trailer do filme Meu Amigo Enzo, inspirado nesse livro, com a Amanda Seyfried, Milo Ventimiglia e voz do Kevin Costner.

Quando comprei o livro achei que fosse ser mais um que veio na onda de Marley e Eu, mas não, ele é diferente. O subtítulo de A Arte de Correr na Chuva já me chamou a atenção: “Meu nome é Enzo. E esta é a minha história.”, ou seja: um livro em primeira pessoa, relatado por um golden retriever. O nome Enzo foi inspirado em Enzo Ferrari, fundador da famosa Scuderia Italiana, já que Denny, o seu dono, é piloto de corridas. E o melhor: grande fã de Ayrton Senna, daí o nome do livro inspirado no mestre das corridas em dias chuvosos.

Alguns livros como Marley e Eu, por exemplo, trazem uma narrativa envolvente no começo e tem seu apelo emotivo somente nos últimos capítulos. Em A Arte de Correr na Chuva, esse apelo é encontrado logo no começo, contorna as páginas e os rodapés durante o livro todo e tem seu ápice nas últimas páginas, até que você termina de ler o capítulo 59 e, sem perceber, deixa uma lágrima escorrer pelo rosto.

Três dias. Três dias é o tempo em que você terminará de ler este livro. Três dias e não conseguirá mais largar seu cachorro por um bom tempo…

Infelizmente a minha edição do livro, publicada pela Ediouro (na foto), não está mais disponível, mas você pode garantir a sua edição da Editora Paralela clicando aqui, ou ainda a edição com a capa do filme.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/4″][vc_single_image image=”2928″ img_size=”full” onclick=”custom_link” img_link_target=”_blank” link=”https://amzn.to/2MQOkQe”][/vc_column][vc_column width=”3/4″][vc_column_text]

A Arte de Correr na Chuva

Autor: Garth Stein

Editora: Paralela

Páginas: 208.

Clique para comprar na Amazon[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Confira abaixo o trailer do filme que já está em cartaz (preciso ver logo!) e a resenha do livro em meu antigo vlog de livros![/vc_column_text][vc_empty_space][vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=xbaUdDGiiZM”][vc_empty_space][vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=AhCaSEf_4N4″][/vc_column][/vc_row]

Livros de veterinária que todo estudante deveria conhecer #4

[vc_row][vc_column][vc_column_text]O quarto ano é o período chave para todo estudante de veterinária. Aqui, o acadêmico provavelmente já está totalmente encaminhado para a área que pretende seguir, e, até mesmo, com orientação e tema do TCC definidos.

Livros que todo estudante de veterinária deveria conhecer #1 – Primeiro ano

Livros que todo estudante de veterinária deveria conhecer #2 – Segundo ano

Livros que todo estudante de veterinária deveria conhecer #3 – Terceiro ano

As matérias se tornam ainda mais pesadas e o futuro veterinário se dedica quase que exclusivamente ao Hospital Veterinário/laboratórios em estágios, iniciações científicas ou às saídas à campo. As clínicas médica e cirúrgica de grandes e pequenos animais tomam praticamente todo tempo livre, e ainda somos apresentados às disciplinas de inspeção de produtos de origem animal. Na UEL, onde me formei, também estudamos teriogenologia de grandes animais (enfim, reprodução!), suinocultura, avicultura e extensão rural.

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