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Resenha: A Arte de Correr na Chuva

Chega a ser engraçado como apenas 2 frases e 10 palavras na capa de um livro me conquistaram logo de cara. Após ler a sinopse, não consegui me conter até lê-lo por inteiro.
Três dias. Três dias é o tempo em que você terminará de ler A Arte de Correr na Chuva. Isso se você estiver sem tempo, pois se estiver à toa eu aposto que você termina em dois.
Existem muitos e muitos livros que falam sobre animais e como estes foram importantes para seus donos, mas este é diferente. À primeira vista, achei que fosse algo no estilo de Marley e Eu, mas logo pude notar tal diferença lendo a resenha da contra-capa.
Enzo é seu nome e esta é sua história, contada por ele mesmo, um terrier fã de corridas de carro e o melhor amigo de seu dono, chamado Denny. Justamente por ser contada pelo próprio Enzo, A Arte de Correr na Chuva tem a capacidade de nos mostrar extraordinários pontos de vista da visão de um cão sobre o mundo que o cerca, sobre carros de corrida, e principalmente sobre sua fidelidade em relação aos seus donos.
O livro começa a narrativa com Enzo em seu último dia de vida fazendo uma retrospectiva de tudo que vivera até ali. Ele sabe que irá morrer, mas não tem medo pois um dia assistiu um documentário na National Geographic que dizia que cães reencarnam como humanos. Enzo também aprendeu a gostar de corridas e teve, inclusive, Ayrton Senna como um de seus maiores ídolos. Sua corrida favorita foi quando Senna triunfou na chuva durante o Grande Prêmio da Europa em 1993. Aprendeu a gostar pois Denny, seu dono, também era piloto e além de deixar Enzo assistir todos os dias o Speed Chanel, Denny o levava para passear no autódromo, algo como um co-piloto para seu dono, na qual o número de latidas diziam que tipo de manobra arriscar.
Os dois eram completamente ligados, até o dia em que Denny conheceu Eve, sua esposa, e juntos tiveram a adorável Zöe. Enzo no começo sentiu ciúmes, mas ele não era um cão comum. Enzo sabia que ele ia ser humano e por isso tinha que se comportar como tal, e acabou tornando-se o guardião da Zöe, amando-a incondicionalmente.
Viveram felizes por anos, até que Enzo percebeu algo de estranho em Eve. Mas por não possuir uma língua tão articulada como a dos humanos (coisa que invejava muito), ele não pode avisar ninguém. É nesse ponto que a narrativa alcança seu ápice, mostrando o verdadeiro companheirismo de Enzo, e porque os cães são realmente os melhores amigos do homem. Enzo pôde provar isso como ninguém, fazendo o leitor sentir na própria pele as emoções de um cão que muitas vezes não consegue demonstrar todos os sentimentos, mas que faz tudo o que estiver ao seu alcance para se tornar um dos pilares de sua família.

Alguns livros como Marley e Eu, por exemplo, trazem uma narrativa envolvente no começo e tem seu apelo emotivo somente nos últimos capítulos. Em A Arte de Correr na Chuva, esse apelo é encontrado logo no começo, contorna as páginas e os rodapés durante o livro todo e tem seu ápice nas últimas páginas, até que você termina de ler o capítulo 59 e, sem perceber, deixa uma lágrima escorrer pelo rosto.
Três dias. Três dias é o tempo em que você terminará de ler este livro. Três dias e não conseguirá mais largar seu cachorro por um bom tempo…
Autor: Garth Stein.
Editora: Ediouro.
Páginas: 303.