“I’ve had an epiphany!” (Eu tive uma epifania). Essa expressão traduziria muito bem meu atual estado de espírito. Epifania é uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém “encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa”. O que quero dizer com isso? Essa sensação surgiu dias atrás quando eu refletia sobre o propósito da minha vida, em especial a vida profissional. Acompanhe – me ao longo deste texto e você compreenderá a mensagem final.
“Sou médico veterinário, especializei em ciência avícola, estagiei em vários setores da inspeção de produtos de origem animal, trabalhei por quatro anos em abatedouro – frigorífico de frango e não imaginava o que a vida me reservava. Agradeço todas oportunidades que tive em cada fase acadêmica/profissional e também às pessoas que somaram em meu aprendizado. Eu sempre soube que a área que mais me trazia satisfação, era a ciência e tecnologia de alimentos (carnes). Comecei então a buscar meu espaço dia após dia”.
Foi trabalhando num abatedouro frigorífico que acabei despertando ou redescobrindo um certo dom (adormecido). Em 2012, atuava essencialmente dentro da fábrica e numa certa ocasião, devido reajuste de funcionários, fui convidado a ministrar treinamentos para a equipe do SIF. Passaria tecnicamente de uma importante função de supervisão para funções administrativas. No princípio refutei a ideia, achando tudo isso uma despromoção. Seria normal alguém na minha posição encarar isso como um bom motivo para pedir demissão e buscar uma nova oportunidade, porém não foi isso que aconteceu. Resolvi encarar o desafio, prometendo para mim mesmo que daria o meu melhor.
Foram durante estes anos que explorei todo meu potencial em lecionar. Busquei elaborar treinamentos que conseguissem atingir toda a equipe, busquei maneiras didáticas em demonstrar a importância da inspeção sanitária na saúde do consumidor. Treinamentos teóricos com slides e vídeos; e práticos ensinando a anatomia e patologia das aves com necropsias. Essa nova função a mim delegada, serviu de efeito catalizador para chegar aonde estou hoje. O que para alguns poderia ser desmérito, eu enxerguei como oportunidade.
Oportunidade para estreitar meu relacionamento com meus superiores, oportunidade para mostrar com plenitude meu lado profissional, e acima de tudo, oportunidade de descobrir a minha paixão em lecionar. Buscar os resultados dos treinamentos passou a ser minha meta. Satisfação era ver e ouvir um colaborador nos corredores da fábrica, agradecendo toda atenção e instrução dispensada, ou perceber que a instrução havia sido transmitida ao acompanhar in loco a inspeção. Enfim, comecei a colher bons frutos.
À medida que o tempo foi passando, minha chefe convidou-me a ministrar palestras fora do ambiente de trabalho, a respeito dos Programas de Auto-Controle (PACs) industriais. Isso me tirou da zona de conforto pois passaria a confrontar profissionais médicos veterinários, engenheiros e tecnólogos de alimentos, etc., em busca de aperfeiçoamento. O que eu enxerguei nisso? Uma outra oportunidade. Consegui superar o desafio e tudo começou a ficar mais claro para mim, sobre qual seria meu destino.
Em algumas de nossas conversas, minha chefe disse: Humberto, você tem dom para lecionar. Já pensou em fazer mestrado? Essa ideia foi amadurecendo … até que tomei a decisão de prestar a prova de seleção e fui aprovado. Destino? Não creio nisso. Creio que a vida foi me dando oportunidades e eu soube aproveitá-las.
Em 2015 prestei um concurso público para professor substituto de uma determinada instituição de ensino superior e um dos professores da banca foi meu docente durante à graduação. Eu não fui aprovado, contudo fiquei satisfeito com minha participação. Após o resultado, extra oficialmente este professor me contactou, elogiando meu material pedagógico e minha postura durante a aula didática. Afirmou que eu não devo desistir dos meus sonhos, pois nessa jornada quem quer colher as rosas, passará pelos espinhos.
Este texto não é auto-promoção. Apenas sinto uma necessidade enorme em fortalecer pessoas que estão em busca de um sonho, por isso conto minha história. Desejo sinceramente que tudo o que foi exposto, fortaleça-o independente da sua fase de vida profissional. Seja boa ou seja ruim, encare tudo como OPORTUNIDADES que a vida está lhe dando. Essas oportunidades são degraus da escada, que o levará ao topo.
Agora você entende minha epifania? Começo a enxergar o quebra-cabeça quase que completo. Não posso afirmar que meu futuro é ser professor universitário, mas posso dizer que aproveitarei todas as oportunidades que a vida me oferecer. Aproveite as suas também …