Humberto Vinícius Faria da Cunha

Médico veterinário com especialização em Ciência Avícola e atual mestrando em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina, tem experiência em Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal. Humberto é amante de viagens internacionais e da arte marcial israelense Krav Maga.

Lições de um veterinário sobre a Operação Carne Fraca da PF.

Todos nós ficamos sabendo da maior operação da história da PF ocorrida na Sexta-feira dia 17/03/17. Diversos servidores públicos do MAPA (Ministério da Agricultura) foram presos e empresas tiveram mandados de busca e apreensão. O que está havendo com a indústria da carne? Devemos temer ou foi apenas um caso isolado?

Passado-se alguns dias, alguns esclarecimentos chegaram à tona como a questão do papelão em embutidos cárneos, cabeça de porco na linguiça, uso de ácido ascórbico para “maquiar” produtos estragados, etc. (leia mais aqui). Todavia a notícia abalou o país, gerou desconfiança no  consumidor e certo descrédito às empresas alimentícias. Através desse post quero mostrar que lições podemos tirar desse ocorrido e peço ao leitor que acompanhe meu raciocínio até o final.

Na minha opinião existem três grandes lições que podemos tirar aqui como estudantes ou graduados em Medicina Veterinária, que são:

  1. O conhecimento técnico em operações específicas não pode ser desprezado.
  2. O poder da internet e redes sociais (para o mal).
  3. Não tomar conclusões precipitadas antes de acusar algo/alguém.

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Qual disciplina da Vet você faria novamente?

Tenho aproximadamente 7 anos de formado e em diversos momentos da minha vida, quer seja no Mestrado ou na indústria (atuei em um abatedouro-frigorífico de frango), percebi que algumas matérias do curso da Veterinária deveriam ser refeitas, a fim de melhorar meu desempenho profissional. Ilustrando um desses momentos de reflexão foi num dado período quando entrei na indústria de alimentos e percebi uma defasagem nos conceitos de Programas de Autocontrole Industrial como BPF (Boas Práticas de Fabricação) e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Para “correr atrás do prejuízo” tive que pagar por cursos lecionados por especialistas.

Essa defasagem pode acontecer por:

  • Negligência do aluno em prestar atenção nas aulas teórico-práticas;
  • Descompromisso do aluno em estudar conteúdos adicionais indicados pelo professor e
  • Falta de didática do professor em lecionar e/ou falta de experiência prática onde ambos dificultam a absorção do conteúdo pelo aluno.

* os dois primeiros itens podem acontecer pelo desinteresse do aluno na área.

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É necessário experiência

Último ano da faculdade da veterinária chegando e o nervosismo começa a sondar seus pensamentos. A preocupação é um tanto quanto natural pois toda que vez que nos submetemos ao planejamento de situações futuras isso gera expectativas e isso por sua vez, nos deixa apreensivos (pessoas ansiosas me entendem). Agora com o diploma de bacharel nas mãos, seus parentes te chamando de “o Dr da família”, você decide enviar seu currículo para as indústrias, clínicas, fazendas, ou seja, empresas contratantes dentro da sua área de afinidade.

Todavia, o aspirante à médico veterinário se depara com um empecilho em sua busca por empregos. Uma frase com 22 letras que o deixa paralisado:

“É NECESSÁRIO EXPERIÊNCIA”

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A indústria da carne é “vilã” ou “mocinha”?

Publicação desse tipo sempre gera polêmica, porém, antes de mais nada eu “retiro as luvas de box e saio do ringue” pois essa publicação não é de alguém que está convicto em arrumar uma boa briga, convertendo vegetarianos/veganos à religião dos amantes de churrasco, esse texto talvez nem esteja sendo redigido à você. Absolutamente não! Meu intuito aqui é outro. Todavia, eu espero alcançar aqueles falsos moralistas que condenam o consumo de carne e que muitas vezes utilizam bolsa de couro, mascam chicletes, usam creme rejuvenescedor, alimentam seu cachorrinho com ração, etc., todos obtidos de fonte animal

Já ouviram falar da ecologia rasa e profunda? Tenho notado as pessoas se agarrarem com força numa ecologia rasa e dizerem com orgulho que são socialmente, ambientalmente e (…mente, etc.) corretas. Por exemplo, empresas de automóveis “preocupadas” com o impacto ambiental devido à queima de combustíveis fósseis têm lançado carros parcialmente movidos à energia elétrica, um modelo híbrido diria de passagem, mas que funciona em certa autonomia sem queimar combustível. Você acha que isso é ecologia rasa ou profunda?

Esse é um caso de ecologia rasa, pois elas estão tentando amenizar um problema mas estão se “esquecendo” de outros que, potencialmente, podem causar impacto no meio ambiente, como o pneu (derivado do petróleo). Se fôssemos aplicar a ecologia profunda a mudança, como o próprio nome diz, seria profunda. Em outras palavras, ir a pé para o trabalho já seria a aplicação dessa ecologia. Estamos preparados para isso? (Entenda mais sobre ecologia rasa e profunda)

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Economia verde (foto: Eco4U)

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